Lula quer eleger sua sucessora a qualquer custo, diz vice-procuradora-geral /FOLHA DE SP

27.9.10



A menos de dez dias do primeiro turno, a vice-procuradora-geral eleitoral Sandra Cureau disse que nunca viu uma eleição como a de 2010 e critica a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, informa reportagem de Eliane Cantanhêde, publicada nesta segunda-feira pela Folha(íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL).DE SÃO PAULO

"Eu acho que ele [Lula] quer, a qualquer custo, fazer a sua sucessora. É por isso que, como dizem no manifesto, ele misturou o homem de partido com o presidente. Aquela coisa de não aceitar a possibilidade de não fazer a sucessora. A impressão que eu tenho é a de que ele faz mais campanha do que a própria candidata. Nunca vi isso, é quase como se fosse uma coisa de vida ou morte para ele."

Gaúcha, 63, ela acrescentou: "É por isso que, como dizem no manifesto [de intelectuais pela democracia], ele [Lula] misturou o homem de partido com o presidente. A impressão que tenho é a de que ele faz mais campanha do que a própria candidata. É quase como se fosse uma coisa de vida ou morte".
Ela também falou do efeito do empate no STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a validade da Lei da Ficha Limpa. "Vai interferir muito no processo eleitoral, porque colocou uma quantidade enorme de candidatos no limbo. O que vai acontecer? Ninguém sabe."
Sobre se o fato favorece os fichas-sujas, ela não soube informar. "Não sei, porque pode ocorrer um fenômeno como o que já vinha ocorrendo aqui no DF, onde um candidato ao governo [Joaquim Roriz, do PSC] teve seu registro impugnado desde o início e foi caindo nas pesquisas."
Cureau afirmou ser legal a troca da candidatura de Roriz por sua mulher, Weslian (PSC). "Ele nunca teve uma decisão positiva. O TRE-DF [Tribunal Regional Eleitoral] indeferiu o registro, o TSE manteve o indeferimento e o ministro Carlos Ayres Britto negou o efeito suspensivo no STF. Ou seja: ele perdeu todas.Há um dispositivo na lei dizendo que candidato "sub judice" pode continuar fazendo campanha. Só que, na minha interpretação, Roriz sempre esteve com a candidatura indeferida, e isso não é estar "sub judice". Quanto à possibilidade de colocar a mulher dele, isso pode. Até na véspera você pode substituir, como quando o candidato falece."
No entanto, considera o fato frustrante. "Mais do que frustrante. O candidato sai, mas a foto dele fica na urna. É interessante porque, no regimento do Supremo, existe um dispositivo dizendo que, quando há empate, prevalece a decisão que já existe. Teria de prevalecer, então, a decisão do TSE pela inelegibilidade [de Roriz]."
Leia a reportagem completa na Folha desta segunda-feira, que já está nas bancas.

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