A BANALIZAÇÃO DO AMOR - Fabiana Santos

11.8.10

Amor, palavra presente em tantas canções; sentimento instrumento de tantospoetas; dom inexplicável e gratuito dado por Deus, o próprio Amor, aoshomens. Sim, é exatamente sobre ele que quero ousar tecer algunscomentários. Quem de nós nunca ouviu certa canção cujos primeiros versos trazem asseguintes afirmações: “Eu sei que vou te amar; Por toda a minha vida, euvou te amar;... Desesperadamente, eu sei que vou te amar! Acredito que na época em que foi escrita esta canção, ao se afirmartamanho sentimento, o poeta, o cantor de uma serenata, ou um namorado aodizer tais palavras, tinham verdadeira convicção do que estavam dizendo eas diziam com muita certeza e intensidade.

Naquela época tinha-se que o amor era mais verdadeiro, mais puro, maissimples, mais suave, mais respeitado... Era por toda a vida, para sempre! Atualmente, referir-se ao amor tornou-se algo tão banal, tão comum, tãonormal! Acabo de me lembrar de outra música, mais atual onde o poeta, pergunta:“Hei, hoje em dia, como é que se diz eu te amo? Repare no primeiro verbo dessa frase: diz, dizer. Dizer não é simplesmente falar. Assim como quem só escuta não ouve, quem só olha geralmente não vê, quemapenas toca nem sempre sente, falar, também, não significa dizer.

Os verbos precedentes de cada conjunto de comparações elencadas acima sãosuperficiais, enquanto os que os sucedem são mais profundos, mais intensose é exatamente esta profundidade, esta intensidade que estão faltando nasatuais referências ao amor. Particularmente, acho que tornou-se banal. Basta-se um primeiro encontro, um primeiro olhar, um mês de namoro, ediversos eu te amo são disparados, sem pensar e sem sentir, em cartinhas,E-mails, muros e por que não dizer, verbalmente.

Por que será hen? Talvez isto dê certa segurança ao outro? Talvez a letrada canção atraia mais ao público? Amor! Ótima rima em versos jogados aovento. Não quero dar a impressão que sou uma saudosista, pois, como pode alguém ter saudades do que não viveu?

Não, não quero que pensem que escrevo sobre coisas passadas, trazendo àtona coisas antigas, haja vista que os tempos mudaram e nós jovens dehoje, somos completamente diferentes das gerações anteriores. Entretanto, para mim, o amor, cantado, escrito ou dito, deve ter, sempre,algo mais. Nesta altura, ouso até discordar de Vinicius de Morais, que, no “Soneto daFidelidade”, declara: “Que não seja imortal, posto que é chama”. Não, isso não é amor. Talvez paixão! Não sei. O que sei é que chama tendea se apagar, enquanto o amor é eterno. Prefiro ficar com o amor em sua essência pregado pelo Apóstolo Paulo que,em I Coríntios 13, traz uma das mais belas definições do que seja o amor,ao dizer: o amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta, o amorjamais acaba. É exatamente este amor que se deve resgatar. Um sentimento riquíssimo,repleto de sempre e ao mesmo tempo de nunca.

Um amor que sempre persiste e nunca desiste, um amor que sempre começa acada amanhecer e nunca termina; um amor que sempre chega e nunca vaiembora. Um amor que jamais acabe , ao contrário, dure para sempre! O amor deve sim ser exteriorizado. É algo lindo demais para ser omitido,porém, que haja mais intensidade, mais profundidade, mais sinceridade,enfim, que se diga e que se sinta o que se é dito. Ah o amor! Correspondido ou não, omitido ou pronunciado, vivido ouesquecido, que faz chorar ou sorrir, que tanto dói quanto cura, dequalquer modo que se apresente, não deve ser ignorado, pois, até chorarpor causa do amor parece ser melhor que por qualquer outra coisa.

O que importa é viver o amor. Não deixá-lo passar.

 Ame e viva. Desejo que o amor se ainda não estiver em sua vida, que quando chegar sejaeterno enquanto dure e que possa durar para sempre.

 FABIANA APARECIDA SANTOS08 DE AGOSTO DE 2010.

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